Boas matérias merecem ser compartilhadas, principalmente quando o tema refere-se a dicas de boas compras. Melhor ainda se estes achados forem vinhos até R$ 60,00, indicados por quem entende do assunto. Folheando a revista Menu de Outubro li, reli e concordei com as observações da matéria “Vinhos que cabem no bolso”, escrito pela Suzana Barelli e Manuel Luz.
Como o artigo tem tudo a ver com o tema deste blog, recomendo sem medo a leitura. Destaco aqui alguns trechos e 5 rótulos (de uma seleção de 19) com preço máximo de R$ 65, todos provados às cegas pela equipe de sommeliers convidados da revista:
“A valorização do dólar frente ao real e o reajuste da ST, imposto que muda a incidência do ICMS no vinho, caíram como uma bomba em nosso mercado em setembro. O reajuste médio de 10% só não foi maior porque as vendas não andam nada boas.
Para responder a esta indagação, a Menu colocou um teto de R$ 65 e foi atrás de rótulos que, teoricamente, têm qualidade nessa faixa de preço. Vasculhamos nossos cadernos de degustação e perguntamos para as importadoras quais tintos, em seu portfólio, poderiam ser considerados bons custos-benefícios dentro desse valor estabelecido. A maioria das respostas indicava vinhos chilenos, argentinos ou portugueses, não por acaso os mais procurados pelos consumidores quando o assunto é preço, mas também uma bebida bem-feita, com qualidade”:
Syrah Reserva 347 Vineyards 2011 – Maipo, Chile (Decanter, R$ 55,60): Uvas da região do Maipo dão origem a este tinto de cor rubi violácea da De Martino. No nariz, aromas de frutas vermelhas maduras na medida certa, um toque de goiaba, que revela sua origem, e especiarias. De corpo leve para mediano, tem taninos redondos, bem moldados, com leve toque de álcool a mais. Tem 13,5% de álcool.
Ilógico 2009 – Alentejo, Portugal (Viníssimo, R$ 40,37): O enólogo Antônio Saramago elabora este tinto com aragonês e syrah, com rápida passagem em barricas de carvalho (três meses). Tem cor rubi clara, de boa transparência. Seus aromas, mais maduros, trazem notas de envelhecimento, com pouca fruta, e chocolate amargo. Agradável no paladar, com taninos bem mesclados com seu corpo de média intensidade, e um toque mineral. Tem 13,5% de álcool.
GSM J.V.Fleury 2011 – Rhône, França (Ravin, R$ 65,00): Tinto da Vidal Fleury, considerada a vinícola mais antiga em atividade em Côte-Rôtie, desde 1781, é elaborado com 50% de garnacha, 30% de syrah e 20% de mourvèdre. Tem cor rubi de média intensidade, com aromas de frutas vermelhas, baunilha e algo herbáceo. No paladar, é marcado por seus taninos intensos, que encobrem sua acidez. Tem 13,5% de álcool.
Borsao Selección 2012 – Campo de Borja, Espanha (World Wine, R$ 52,90): Antiga cooperativa transformada em vinícola em 2001, a Borsao elabora este tinto que já foi definido como bom exemplo de custo-benefício pelo crítico Robert Parker. Sua base é garnacha mesclada com tempranillo e cabernet sauvignon. Tem cor rubi violácea, com aromas de frutas escuras, como ameixas e amoras, e algo herbáceo. Tem corpo médio para encorpado, com taninos marcados e baixa acidez. Tem 14,5% de álcool.
Haras de Pirque Carmenére Reserva 2011 – Maipo, Chile (Winebrands, R$ 51,00): De cor rubi violácea, tem um improvável aroma de vinho branco, com notas de goiaba branca, erva doce e especiarias. No paladar, corpo de média intensidade, com tanino secante, boa persistência e leve amargor final. Tem 14% de álcool.
Balance Pinotage Winemakers Selection 2011 – Western Cape, África do Sul (Qual Vinho, R$ 55,00): De cor rubi de média intensidade, o representante da África do Sul é elaborado apenas com a pinotage. Tem aromas frutados, com notas de cereja, e algo de ervas de provence. Leve e redondo no paladar, com taninos macios, baixa acidez e uma sensação de demi-sec na boca. Tem 14% de álcool.